Durante estes 8 meses, como tem sido o trabalho de Maria de Fátima (Babuxa) em Itoculo?
"O meu trabalho na Missão Espiritana de S. José de Itoculo desenrola-se sobretudo nas áreas da saúde e da escolaridade infantil.Dou apoio ao centro de Nutrição, cuidando de crianças dos 0 aos 2 anos que estejam subnutridas e doentes (muitos deles são órfãos) e dou também apoio ao Jardim Infantil que recebe crianças dos 2 aos 5 anos de idade, provenientes de famílias muito pobres, abandonadas ou órfãs. É nesta pré-primária que as crianças são preparadas para a entrada na escola, adquirindo os conhecimentos básicos da escrita, da matemática, do desenho, dos trabalhos manuais, da ginástica e de muitas outras atividades lúdicas. Na área da educação, dedico-me ainda ao ensino básico de Francês às alunas residentes no Lar de Raparigas da Missão. Outra das minhas tarefas é uma visita frequente, junto da Irmã Augusta (responsável máxima da área da saúde da Missão), ao bairro desta comunidade, onde visito e presto todo o tipo de apoio a quem esteja doente. Por fim, 3 dias por mês, encarrego-me também dos ministérios da Comunicação Social e da Justiça e Paz, nas comunidades pertencentes a esta Paróquia. Mas, para mim, esta experiência trata-se sobretudo de uma grande dedicação e de muito amor que dou e recebo, todos os dias, ao povo de Itoculo”.
Sol sem Fronteiras tem desenvolvido uma forte ligação a Itoculo – para além do voluntariado de longa duração atual, já organizou um Projeto Ponte (em 2013) nesta região e três projetos de Cooperação Internacional – atualmente estamos a construir um Lar para Rapazes que faz parte de um projeto de reforço do complexo de apoio ao ensino secundário da Paróquia de S. José de Itoculo; há dois anos desenvolvemos o Projeto "Aprender para Desenvolver” onde construímos um biblioteca e sala de informática e em 2010 construímos o "Lar Educação na Esperança” para as raparigas de Itoculo poderem estudar em segurança.
Maria de Fátima (Babuxa) tem também trabalhado junto deste Lar e conta-nos como está a ser abraçado pela comunidade e qual o seu impacto nas raparigas de Itoculo:
"O Lar é um porto de abrigo fantástico para estas raparigas que aqui estão a viver e a estudar. São realmente muito alegres e muito bem acolhidas. Este ano estão cá 50 raparigas, mas os pedidos para acolhermos mais não cessam! Se o lar comportasse mais raparigas, tenho a certeza de que estaria sempre cheio, porque tem muito bons resultados.As famílias reconhecem que desenvolvemos um trabalho digno e que zelamos pelo futuro destas meninas-mulheres. O ambiente que se vive é muito alegre e elas respondem com entusiasmo a todas as tarefas que têm – são trabalhadoras, bem-educadas e, sobretudo, muito cumpridoras. Para além do estudo, estas raparigas trabalham muito na sua "machamba”, ou seja, a sua horta, onde cultivam muitos produtos hortícolas como se pode ver nas fotografias. É uma "machamba” exemplar! Outras atividades passam pelas aulas de costura, de música, ou canto.
No fim de contas, o que mais destaco é que estas raparigas são muito companheiras umas das outras, muito felizes e isso é, sem dúvida, o mais gratificante.”