20 de Outubro, 2022

A voluntária Clara Amorim em Moçambique

A voluntária Clara Amorim continua em Nampula (Moçambique), ao abrigo do programa de Voluntariado Missionário Espiritano (VME). Passados mais de seis meses desde o início deste projeto, a voluntária já conhece bem a realidade local. Também já desenvolveu muitas atividades junto da comunidade, entre as quais a pintura da Escola Comunitária de São Simão.

Segundo a própria Clara nos explicou, “a Escolinha Comunitária de S. Simão é um infantário com 72 crianças. Está dividida por salas: a sala dos 3 aos 4 anos, a sala dos 4 aos 5 anos e a sala dos 5 aos 6 anos. Cada uma destas salas conta com 2 monitores. Além disso, tem mais uma sala de refeições e de televisão.” A fim de criar um ambiente mais alegre para as crianças, a Clara participou na pintura das áreas comuns desta escolinha. “Estivemos a embelezar com desenhos nas paredes, aproveitando a vinda das Irmãs Espiritanas deslocadas de Monetaca por causa do ataque terrorista a Chipene.”

Insegurança no norte de Moçambique

O ataque perpetrado em Chipene (Nampula) no passado mês de setembro provocou a fuga da população para o sul da província. Também as Irmãs Missionárias do Espírito Santo, presentes na região, fugiram para a cidade de Nampula, capital da província, onde a Clara Amorim se encontra. Contudo, as Irmãs Espiritanas regressaram rapidamente, no dia 6 de outubro, para continuar com o seu trabalho junto da população local.

A violência no norte do país, que começou há cinco anos na província de Cabo Delgado, está-se a espalhar pelas províncias limítrofes. O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que perto de um milhão de pessoas tenham fugido às incursões armadas de rebeldes no norte de Moçambique nos últimos cinco anos.

Regresso a Portugal

O tempo desta voluntária em Moçambique está prestes a finalizar, mas ela pretende continuar a apoiar comunidade na que está inserida desde a distancia. Tão forte é o seu compromisso que já identificou algumas necessidades às quais pretende dar resposta no futuro. “Na Escolinha Comunitária de S. Simão faltam brinquedos, livros e materiais didáticos. Quando regressar a Portugal, esta será a minha próxima missão: angariar material didático para esta escolinha.”

Entretanto, antes do regresso, a Clara está a orientar todos os seus trabalhos para terem continuidade. Sobretudo, o trabalho na Escola Comunitária São João de Deus e na sua biblioteca, que têm sido umas das suas maiores responsabilidades durante o tempo em Nampula.

Assim, nestas últimas semanas a Clara está na biblioteca e também a fazer as matrículas e inscrições dos exames. Todo o trabalho que a voluntária realizou nestes meses já está a dar os seus frutos. “Como coloquei os processos dos alunos em ordem, agora facilita as matrículas.” Além disso, também nos contou que “Pedi orçamentos para fazer proteções para os computadores da escola, por causa do pó. Hoje já me entregaram as capas. Só podemos colocar na sala após limpar devidamente.”

Projeto Inovação Educativa

A Escola Comunitária São João de Deus, onde a Clara passou grande parte do seu tempo, foi apoiada pela Sol sem Fronteiras através do projeto Inovação Educativa. Este projeto decorreu em parceria com os Missionários do Espírito Santo. Também contou com vários financiadores: a Misereor; as Campanhas de Solidariedade da Família Espiritana; a FEC através da Campanha dos Presentes Solidários; e a Prenda Solidária, cujos produtos foram vendidos por todo Portugal graças à ajuda dos Jovens sem Fronteiras. Muito obrigado a todos por tornar este projeto possível.­

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