5 de Agosto, 2025

Acesso à eletricidade: uma nova etapa para o Jardim de Infância P. Jonas

O Jardim de Infância P. Jonas, em Safim, na periferia de Bissau, tem agora acesso à eletricidade. A instalação de um poste junto à escola marca uma nova etapa para a comunidade educativa que já trouxe novidades. Uma das mais apreciadas pelas crianças foram as sessões de cinema e de desenhos animados, que rapidamente se tornaram um sucesso.

Mas os efeitos vão muito além do entretenimento. Com acesso à energia, torna-se possível ampliar as atividades educativas, alargar o horário de funcionamento da escola e até implementar novas iniciativas, como cursos de informática para jovens da comunidade, aproveitando o espaço escolar como ponto de encontro e formação. Assim, o acesso à eletricidade representa uma nova oportunidade para reforçar o papel do projeto enquanto espaço de inclusão e desenvolvimento comunitário.

Um avanço com grande impacto

O acesso à eletricidade continua a ser um desafio diário em muitos contextos da Guiné-Bissau. Embora seja um serviço básico, a realidade mostra que a sua presença nas infraestruturas educativas do país está longe de ser garantida. De acordo com o estudo Educação Pré-Escolar na Guiné-Bissau (FECONGD, 2019), mais de 80% dos jardins de infância do país não têm acesso a energia elétrica. Este dado acompanha a situação nacional: em 2010, apenas 12% da população tinha acesso à eletricidade (Ecreee – SE4All in West Africa), número que tem evoluído lentamente e que, nas zonas rurais, permanece muito baixo.

Sem eletricidade, as escolas enfrentam limitações que afetam diretamente a qualidade da educação. O tempo útil de ensino é reduzido — sobretudo nas estações do ano em que escurece mais cedo — e a ausência de energia elétrica dificulta o aproveitamento de dias nublados ou chuvosos. Além disso, não é possível utilizar equipamentos pedagógicos como projetores, rádios, computadores ou televisores, o que limita fortemente a diversidade de estímulos e métodos de ensino.

Outro fator muitas vezes esquecido é o clima. Num país com temperaturas elevadas durante grande parte do ano, a impossibilidade de utilizar ventoinhas ou outras formas básicas de ventilação afeta o conforto e a concentração de crianças e educadores. Em muitas salas, o calor torna-se um obstáculo à aprendizagem.

Por fim, em contextos de emergência ou necessidade, a falta de energia impede a utilização de telefones carregados ou de sistemas de alerta, o que representa um risco para as comunidades educativas.

Por estes motivos, crescer sem luz na escola significa ter menos oportunidades para aprender, explorar e brincar em segurança, sendo o acesso à eletricidade uma condição mínima para garantir uma educação com dignidade e qualidade.

O Jardim de Infância P. Jonas ajudou a puxar a luz

A chegada da eletricidade ao Jardim de Infância P. Jonas representa um passo importante e esta conquista foi possível graças à gestão do Padre Daniel Ndene, missionário espiritano responsável pelo projeto, com o apoio da equipa local e da Cláudia Dias, voluntária da Sol sem Fronteiras que esteve um mês em Safim a colaborar de perto com os trabalhos da escola e da comunidade.

Além do trabalho da equipa local, este jardim de infância é o resultado de um esforço conjunto. Foi construído através da parceria entre a Sol sem Fronteiras e os Missionários do Espírito Santo, com o financiamento da Prenda Solidária e com o apoio do MB WAY, da Dona Ajuda, do Movimento 1 Euro e dos Jovens Sem Fronteiras.

Graças a essa rede de solidariedade e cooperação, nasceu a escola. E agora, nasceu também a luz.

Se tens acompanhado o nosso trabalho, se já contribuíste com uma compra solidária, uma partilha ou uma palavra de apoio, esta conquista também é tua. Obrigada

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