20 de Junho, 2023

Dia Mundial do Refugiado: Compreender aqueles que procuram segurança

No dia 20 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Refugiado. Esta é uma ocasião importante para refletirmos sobre os desafios que milhões de pessoas que são forçadas a deixar as suas casas enfrentam cada dia. Para isso, neste artigo, abordaremos dados relevantes sobre os refugiados, que nos ajudarão a compreender um pouco melhor a realidade desta crise humanitária global.

O número alarmante de refugiados no mundo

De acordo com o Relatório Anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) de 2022, existem atualmente 108,4 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo. Esta cifra inclui refugiados, requerentes de asilo e deslocados internos. Isto significa que é o maior número registado desde a Segunda Guerra Mundial e evidência a urgência de enfrentar esta crise humanitária.

Os principais países de origem dos refugiados

Os refugiados vêm de diversas partes do mundo, mas alguns países são mais afetados do que outros. Segundo o ACNUR, 52% de todos os refugiados e outras pessoas em necessidade de proteção internacional vieram de apenas três países. Mais concretamente, da Síria, da Ucrânia e do Afeganistão. Assim, mais da metade dos refugiados estão a fugir de conflitos armados, perseguições políticas, e violações dos direitos humanos.

No entanto, estas não são as únicas causas que forçam as pessoas a abandonar as suas casas. Por exemplo, os desastres naturais ou a seca extrema também forçam a muitas pessoas a deslocar-se para fugir à insegurança alimentar.

As perigosas rotas seguidas pelos refugiados

Após abandonarem forçosamente as suas casas, a viagem que os refugiados enfrentam é frequentemente perigosa e exaustiva. As pessoas procuram rotas para chegar aos seus destinos, que muitas vezes são inseguras, especialmente para mulheres e crianças. Infelizmente, os relatos sobre abusos dos direitos humanos são comuns e muitas pessoas enfrentam situações de violência, exploração e abuso. No Mediterrâneo, por exemplo, os refugiados arriscam as suas vidas em embarcações precárias, sujeitas a naufrágios e condições desumanas. Além disso, nas rotas terrestres, os refugiados também são vítimas de extorsão, sequestro e violência por parte de traficantes de pessoas.

Estes abusos ocorrem num momento em que as pessoas já estão vulneráveis e à procura de proteção. É fundamental que todos sejamos conscientes desta triste realidade e do impacto que ela tem na saúde física e mental dos deslocados.

O processo de solicitação do estatuto de refugiado

Chegar a um país seguro não é o fim da caminhada para estas pessoas. A partir desse momento ainda têm pela frente o processo de solicitação do estatuto de refugiado, que é complexo e muito regulamentado. Geralmente, os refugiados devem apresentar um pedido de asilo nas autoridades competentes do país de acolhimento. Para tal, é preciso fornecer informações detalhadas sobre as razões pelas quais estão à procura de proteção internacional. Contudo, este processo pode levar tempo e envolver entrevistas e análise de documentos, que nem sempre são fáceis de conseguir.

Durante o período em que aguardam a concessão do estatuto de refugiado, os refugiados podem enfrentar desafios significativos. Muitos vivem em condições precárias, sem acesso a serviços básicos, como saúde e educação. A falta de documentos legais também dificulta encontrar emprego.

A importância da integração dos refugiados

A integração dos refugiados nos países de acolhimento é um aspeto crucial para garantir que essas pessoas possam reconstruir as suas vidas com dignidade. A aprendizagem do idioma local, a participação em programas de formação profissional e o acesso a oportunidades de trabalho são fatores-chave para facilitar essa integração.

É importante destacar que a presença de refugiados nas sociedades de acolhimento pode ter um impacto positivo e contribuir para a diversidade cultural e para o seu crescimento económico.

No Dia Mundial do Refugiado, é essencial que todos nós, como sociedade, reafirmemos o nosso compromisso com a proteção dos direitos dos refugiados e trabalhemos em conjunto para oferecer-lhes as condições necessárias para uma vida digna. Podemos contribuir com doações a organizações ou através do voluntariado, entre outras. No entanto, refletir sobre este assunto e ajudar a quebrar preconceitos também é uma forma poderosa de ajudar a construir um futuro mais justo e solidário para todos. Se quiseres saber mais sobre este asunto, podes ver o nosso projeto Jovens e Inclusão, cujo resultado foi um documentários sobre processo de integração de jovens refugiados em Lisboa.

 

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